SAbado negro
Alguém talvez leia estes versos
Ao som psicodélico
Aquele alguém que tem uma batida rítmica
E uns solozinhos
E diz:
Nesta manhã eu vou acontecer.
Nem mesmo Deus vai me impedir
De expandir a minha mente
Sozinho
Pois nesta ultima noite que a maré me deixou perdido
Não quero sentimentos
Pois o sábado negro será para sempre
Alguém talvez caminhe pelos bosques
Filosofando a questão do ser de Heiddeger
Alguém que tem uma batida cardíaca ritmada com a Natureza
E alguns solzinhos escapulares
E nesta escapada
Onde nada pode escapar
Resolve não mais compartilhar seu conhecimento com Deus
E pensa
O que vale a pena ganhar para depois perder
Hoje só posso querer ser um ser
Passam-se duas manhãs e uma noite mais
Com dois novos sóis e uma nova lua
O futuro cada vez mais presente
Penso:
Não quero o presente pois
O sábado negro será para sempre
Alguém talvez siga a mesma rotina
A velha estrada, os velhos costumes, a mesma rotina
Do vai e vem
Aquele que tem a sua máxima no movimento das marés
E uns soloquiozinhos
Você ira me encontrar num pesadelo
Que nem mesmo o sono calmo vai conseguir acabar
As minhas pupilas em REM
Vou cantar sozinho
Lábios sobre lábios
Incendiando as coisas que um dia combinaram
E que fizeram o sábado negro se eternizar
Alguém talvez navegue pelos mares sem ao menos ter uma embarcação
Rio Hades
Tem como pensamento o caracol
A lemiscata
O eterno retorno
Aquele que esta num cárcere abandonado
Está sempre sozinho
Querendo escapar
Escapular
Mas, ninguém pode escapar do próprio eu
E se colocar frente a frente de Deus
Que é o seu próprio eu
Pois neste momento estará próximo do naufragar
Vejo no meu sonho uma pequena criança
Duas mãozinhas e um besito a mais
Quero o futuro que atestará eu ter vivido mais um dia
Quero a vida que dorme um pouco e sonha muito
Não fale mais nada coração
Coraçãozinho de salchicha
O sábado negro será para sempre