A Solidão do Mundo

A voz escura da solidão gira a maçaneta da decrépita cabana

Cuja qual hospeda surras, gritos, e as mendacidades da vida.

Os olhos da solidão tateiam a fragilidade da existência humana,

E uma porta de traumas transpassa a nossa natureza envilecida.

As janelas de nossa alegria são cenhos entorpecidos de tristezas

Que estribilham silentes acordes das nugacidades de nossas almas.

E o fogo bucólico da solidão floresce no peito reprimidas e vãs calmas.

A navalha fulgente da solidão desvanece os espíritos e as horas

De um tempo bélico e repugnante em tuas lívidas e burlescas rotinas.

Olhai as ovelhas degoladas nos altares de tuas enternecidas auroras,

Enquanto os barcos de tuas purezas são efêmeras basílicas libertinas,

Enquanto a solidão escarra nos jardins de teus amores e doutrinas,

Enquanto o Epílogo de teus brasões apodrece no cemitério de Pandora.

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 14/07/2015
Código do texto: T5310292
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