A Solidão do Mundo
A voz escura da solidão gira a maçaneta da decrépita cabana
Cuja qual hospeda surras, gritos, e as mendacidades da vida.
Os olhos da solidão tateiam a fragilidade da existência humana,
E uma porta de traumas transpassa a nossa natureza envilecida.
As janelas de nossa alegria são cenhos entorpecidos de tristezas
Que estribilham silentes acordes das nugacidades de nossas almas.
E o fogo bucólico da solidão floresce no peito reprimidas e vãs calmas.
A navalha fulgente da solidão desvanece os espíritos e as horas
De um tempo bélico e repugnante em tuas lívidas e burlescas rotinas.
Olhai as ovelhas degoladas nos altares de tuas enternecidas auroras,
Enquanto os barcos de tuas purezas são efêmeras basílicas libertinas,
Enquanto a solidão escarra nos jardins de teus amores e doutrinas,
Enquanto o Epílogo de teus brasões apodrece no cemitério de Pandora.