Dispa-se dessa máscara.
das roupas coloridas a encobrir 
sua pele
e sua verdadeira cor.

Dispa-se dessa civilidade
agressiva 
dos saltos altos,
cinta-liga e
atavios que não ornam
apenas produzem 
mimetismo
para a sobrevivência
superficial.

Dissipe as nuvens que turvam
seu pensamento.
Medite sobre a palavra.
Fale a palavra crua
Fale a palavra nua
Com a nudez pudica dos anjos.
Com o corpo incidental ao espírito.

E no ângulo reto acerte em cheio
a felicidade de ser simples.
Simples e despretensiosa.
Complexamente substancial.

Sem a ansiedade de agradar.
De ser aceita ou incensada.
Dispa-se de toda teatralização 
inútil e bastarda.
Que faz de você,
algo que você não é,
não foi
e nem será....

Dispa-se das horas,
minutos contados por 
taquicardia.
Ou por ofegante respiração
que não lhe faz bem.

Vista-se de você mesmo...
Com sua cor preferida.
Com o seu tom de pele.
Com suas olheiras típicas
dos insones.

E principalmente
vista-se para se proteger
da inescapável certeza
de somente ter
as dúvidas.

Compartilhe as dúvidas.
E novas certezas surgirão.

Vista-se com a 
nudez poética
do dia-a-dia...
das rimas dos ventos
do lirismo do acaso e
principalmente da alma livre
que obviamente
habita em você.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 16/11/2014
Reeditado em 20/11/2014
Código do texto: T5037487
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