Confusão poética
Hoje eu lhe quero.
Amanhã eu lhe perco.
Dentro da bolsa.
Dentro do armário.
Fechado na gaveta da alma.
Hoje eu lhe quero.
Amanhã eu lhe mereço.
Trago o peito coberto de medalhas.
Venci algumas batalhas.
Mas nem todas.
Perdi as migalhas
espalhadas no templo.
Hoje eu lhe quero.
Com a perenidade do entardecer.
Sangrando e perdendo-se no céu
pouco azul e tão chumbo.
O querer da primavera.
O pólen e a brisa.
Casal perfeito.
Um redime o outro.
Um complementa o outro.
Um é reticência do outro.
O perder do inverno.
A fria manhã e o reumatismo.
Casal ocasional.
Velhice contundente.
Depoente nas manchetes
diárias de vidas comuns.
Rotineiros e banais.
O merecer do verão.
Cores quentes.
Temperaturas altas.
Senegal a pino.
Esfregando o sol nos corpos.
Noites embriagadoras.
A melancolia e o álcool.
Casal incandescente.
Verborrágico.
Sensualizado por ebulição.
Mas nem tudo é paixão.
Chega um dia.
Uma noite.
Um acaso.
Em que querer,
perder ou merecer
são sinônimos abstratos
da mesma concreta confusão.
Hoje eu lhe quero.
Amanhã eu lhe perco.
Dentro da bolsa.
Dentro do armário.
Fechado na gaveta da alma.
Hoje eu lhe quero.
Amanhã eu lhe mereço.
Trago o peito coberto de medalhas.
Venci algumas batalhas.
Mas nem todas.
Perdi as migalhas
espalhadas no templo.
Hoje eu lhe quero.
Com a perenidade do entardecer.
Sangrando e perdendo-se no céu
pouco azul e tão chumbo.
O querer da primavera.
O pólen e a brisa.
Casal perfeito.
Um redime o outro.
Um complementa o outro.
Um é reticência do outro.
O perder do inverno.
A fria manhã e o reumatismo.
Casal ocasional.
Velhice contundente.
Depoente nas manchetes
diárias de vidas comuns.
Rotineiros e banais.
O merecer do verão.
Cores quentes.
Temperaturas altas.
Senegal a pino.
Esfregando o sol nos corpos.
Noites embriagadoras.
A melancolia e o álcool.
Casal incandescente.
Verborrágico.
Sensualizado por ebulição.
Mas nem tudo é paixão.
Chega um dia.
Uma noite.
Um acaso.
Em que querer,
perder ou merecer
são sinônimos abstratos
da mesma concreta confusão.