Choro incontido
Choro sozinha nesta sala
toda branca, paredes brancas,
piso branco, branca ainda é a mobília.
Parece o preâmbulo da cegueira...
Tudo infectado de luz extrema, aguda
que nos faz retirar das vistas o contorno das coisas.
Almas, espectros e devaneios flutuam misturados
a dores, agonias e tristezas.
É um baile esquisito.
Sem máscaras.
Sem fantasia.
Só a crua realidade
sendo cortada pelo cotidiano dos dias.
Choro calada.
Sem soluçar.
As lágrimas percorrem
minha face e molham
minhas palavras.
Hoje minha poesia é úmida.
Chuvosa e miúda.
Cai lá fora, batendo na
vidraça a frustração de não entrar.
De não molhar tudo.
E lavar a sujeira de restos
afetivos que ficaram para atrás.
Choro lá fora.
Há um conforto estranho
em extravasar toda essa dor contida,
toda essa decepção dissimulada.
Escondida com ares pudicos.
Recolho-me ao feudo íntimo das
recordações
E giro o tambor contendo balas
certeiras
capazes de matar o óbvio.
Chora e contemplo a morte
do alto de meu castelo de marfim
imerso num negror profundo e sombrio.
Recolho meus sapatos...
Apago minhas pegadas...
Meus vestígios meticulosamente
malbaratadas pelo caminho.
E, vou silenciosamente
limpando toda e qualquer
referência desse sofrimento.
Ficamos indiferentes.
As bofetadas, aos desenganos,
ao abismo que gira em dinâmica universal.
Ao sorvedouro de almas
que tritura das emoções...
E as reduz a prótons
de sentimentos.
Preciso de lente de aumento.
Pois o minúsculo é semântico demais...
E os monumentos erguem no
espaço mensagens ultrapassadas.
De glórias e heroísmo
que bastardo nasce sem nome e
nem sobrenome.
E, pior sem mãe.
Estou chorando
a cada lágrima
há uma inundação.
Afoguei essa ânsia de viver.
Choro sozinha nesta sala
toda branca, paredes brancas,
piso branco, branca ainda é a mobília.
Parece o preâmbulo da cegueira...
Tudo infectado de luz extrema, aguda
que nos faz retirar das vistas o contorno das coisas.
Almas, espectros e devaneios flutuam misturados
a dores, agonias e tristezas.
É um baile esquisito.
Sem máscaras.
Sem fantasia.
Só a crua realidade
sendo cortada pelo cotidiano dos dias.
Choro calada.
Sem soluçar.
As lágrimas percorrem
minha face e molham
minhas palavras.
Hoje minha poesia é úmida.
Chuvosa e miúda.
Cai lá fora, batendo na
vidraça a frustração de não entrar.
De não molhar tudo.
E lavar a sujeira de restos
afetivos que ficaram para atrás.
Choro lá fora.
Há um conforto estranho
em extravasar toda essa dor contida,
toda essa decepção dissimulada.
Escondida com ares pudicos.
Recolho-me ao feudo íntimo das
recordações
E giro o tambor contendo balas
certeiras
capazes de matar o óbvio.
Chora e contemplo a morte
do alto de meu castelo de marfim
imerso num negror profundo e sombrio.
Recolho meus sapatos...
Apago minhas pegadas...
Meus vestígios meticulosamente
malbaratadas pelo caminho.
E, vou silenciosamente
limpando toda e qualquer
referência desse sofrimento.
Ficamos indiferentes.
As bofetadas, aos desenganos,
ao abismo que gira em dinâmica universal.
Ao sorvedouro de almas
que tritura das emoções...
E as reduz a prótons
de sentimentos.
Preciso de lente de aumento.
Pois o minúsculo é semântico demais...
E os monumentos erguem no
espaço mensagens ultrapassadas.
De glórias e heroísmo
que bastardo nasce sem nome e
nem sobrenome.
E, pior sem mãe.
Estou chorando
a cada lágrima
há uma inundação.
Afoguei essa ânsia de viver.