Revolucionários

Quem sou eu

Entre a infinidade de sujeitos

De uma infinidade de eras

Ciclos e civilizações

Para falar sobre a vida?

Poeira

Somos poeira no ar

Viventes, mas impotentes

Perante nossa própria natureza

Que nos confere alguma liberdade, quase nada.

Então, quem eu sou?

O ego

Que, entre outros egos, batalha para não ser esquecido

Pois a existência, nesses dias, se resume a ser lembrado

E a ciência torna-se instrumento da vaidade.

Ciência privatizada

Cospe na face da filosofia, a mãe primeira do conhecimento

Elege verdades e as firma tão convincentemente

O mesmo que produz as provas, é o mesmo que as julga válidas

É o materialismo, pai do capital, da tristeza e do ceticismo.

Só o que vale é o concreto, palpável e exato

Tudo que existe além do alcance das normas

É privado de toda legitimidade

Assim como a certidão para nascer

Surge a permissão para conhecer.

O conhecimento tem dono

Tudo o que não gera fama ou dinheiro é rejeitado

Cientistas à venda, conhecimento em liquidação

É a era da razão mostrando a podridão de suas raízes

Tentando incansavelmente nos convencer de que sempre foi assim.

Mas devemos respeitar o ser humano

Mesmo que atente contra a humanidade

Pois no deserto da razão material

Ainda existem fontes de água pura

E aqueles que delas ousam beber.

Gabriel Aquino
Enviado por Gabriel Aquino em 27/01/2013
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