Cura através da Poesia
Por Di Sáthya Memorare e Luana Thoreserc
Por Di Sáthya Memorare e Luana Thoreserc
Somos moldados em energia e a todo tempo interagimos com tudo a nossa volta sem que se perceba.
nossos olhos de carne não podem contemplar os tantos tubos energéticos que nos conectam as tantas realidades externas; através destes tubos podemos enviar e receber energias; podemos ler a alma um dos outros, e muitas vezes, inconscientes, viajamos nas emoções de uma multidão ou de um ser, ou até mesmo de um momento... Trazemos e deixamos sensações... Boas e nocivas...
Através da arte da escrita, conscientemente, viajamos por estes canais lendo suas emoções, curando-as e sendo curadas. Muitas vezes temos um alvo certo, tantas outras vezes descobrimos o alvo somente depois que os benefícios se tornam notórios...
Iniciamos mais uma cura emocional, de tantas que já fizemos, através da pura e amorosa poesia... E aproveitamos para divulgar esta nova ferramenta de cura quântica e planetária, na verdade uma ferramenta que está sendo redescoberta, pois é de se saber que nada é tão curador quanto a arte pura.
A arte em todas as suas manifestações é um instrumento do amor de Deus existindo entre nós homens, ela fala todas as línguas e é sentida, entendida e recebida por todos os povos de todas as eras.
Simplesmente Viver
Acreditar, não mais que acreditar
Deixar em solo sagrado todas as suas dores
Olhar para as nuvens, descarregar as armas
Abortar todos os mísseis... Simplesmente voar...
Voar para a claridade da paz, e para a calmaria dos mares de ar...
Amar, não mais que amar...
Reconhecer o riso entre as lagrimas
A fraqueza que se espelha no forte
Receber em comunhão o tudo...
Tudo que não se pode em condições abraçar...
Vencer o fim, transcender a morte.
Matar, não mais que exterminar...
Todas as dores que aprisionam o erro na conduta
A violência e o imperialismo
Que segue em tapete de sangue na ardilosa labuta...
O dominar que cai por terra... E viver é mais que lutar
Depois da morte renascer para a paz do amar...
Sem as sombras da guerra...
Existir, além de existir...
Nunca ter de partir, sorrir, mais que chorar
E tantas formulas há...
O que é fácil se complica no espaço que separa
O glorioso nascer do inevitável morrer...
E nada nos bastava, além de amar, voar e viver...
Luana Thoreserc
Nada Nunca é Igual
Todas as vias me são conhecidas...
Todas as vozes do murmurar são semelhantes...
Do vasto campo da vida que se prepara para a morte
Contemplei todas as cores e me inebriei em todos os aromas...
De toda uva já provei o vinho...
De todos os olhos a atenção
E de todos os amores o carinho...
A vida mostra-se nas rugas do ancião
Coroa a morte com as glorias do tempo...
E na amplitude dos mistérios do existir
Ressoa em bater tranquilo o coração
E mesmo que tudo seja familiar
A extravagância da emoção
É em complexidade peculiar...
E por mais que tudo se viva
Tudo se conheça...
E não pareça haver novidades nesta estrada
Tudo é novo a cada segundo...
Pois o tempo é o mesmo
Mas a cada respirar a alma é renovada...
Luana Thoreserc
Anéis
Andando em círculos por longos dias
Viu o sol se por e os cabelos embranquecerem
Sentiu o peito alargar enquanto perdia o molejo
A voz rouca já não canta
Mas o sangue corre ainda que grosso por seus dutos
Levando a vida fraca para todo o corpo.
Quem é esse fantasma que não se preza
A esconder-se ao meio dia, escorrega vagaroso
Nem sombra do anterior porte garboso
Agora tão leve e branco como um véu
Não ouve quem chega em verdadeiro tropel
Não sabe das boas novas que vem para esta era.
E na vidraça de sua mocidade, mulher meiga
De disfarces e melindrosa graça
Carrega no bordado de seu véu, estrelas apagadas
Que lhe sugam o brilho dos olhos e lhe falam das coisas do céu
Seu andar de menina moça bem disposta
Contrasta com sua lenta e pesarosa marcha
Os dias lhe cobram a pressa
Que sua vontade não oferece e não deixa à mostra.
Rosa perfumosa, desfolhada nas vias
Ardorosa companhia, compassiva filha
Segredo guardado entre rendas e joias
Vindo do mar com a maresia, a bruma, a agua fria
Segredo esquecido, mantido aceso escondido
Da alma que rodeia as paredes da alta torre
Que conta os degraus para o futuro.
Di Shatya Memorare
Dias escuros
Nas noites claras eu morri
Logo renasci
Insone nos dias escuros eu segui...
Neste desmantelo a que me acostumei...
A desordem já se torna ordem
E diante as vozes, falando, eu calei
E entre as alegrias, rindo, eu chorei
Os amores intensos são vazios de entendimento
Sim, eu amo...
Mas como pode ser?
Vasto é todo amor e tudo é muito fraco de sentimento...
À que matemática me submeto?
O cérebro que pensa e maquina...
Mata minha alma doce de menina...
E assim vou seguindo
Em dias escuros...
Uma sombra pálida de esperança...
Perdendo-se no contraste perturbador
De minha culta ignorância...
Luana Thoreserc
Pluma
Toco essa pele de marfim que dorme
O sono imperioso do esquecimento
E deito-me tão próximo quanto posso
Para lhe dar de mim o sopro, vivo
Toco os lábios frouxos, quentes
Enquanto as curvas sagradas busco com os dedos.
Se a cava falsa e sem medida que me encerra
Fosse a luz do dia e me deixando ver o orvalho
Em cada flor que deixa-se molhar por puro prazer
Pudesse eu falar aos seus moucos ouvidos
- Acorde e me abrace, que sou seu rei.
Talvez um sorriso maroto eu visse
Nos cantos da boca desta esfinge, e seus pelos eriçassem
Mas não me mostrasse os dentes, talvez
Lançasse seu urro, seu poder, misteriosa fala
Signo imemorável do teu ser de marte.
E eu pequena pluma, sem dono, nesta esquina
Nesta hora sem minutos, admiro, exulto e idolatro
Essa alma alva, essa mulher de pedra, granito?
Impossível para esse colosso fixo, ouvir-me os lamentos
Talvez ouça meu canto pois este vem no balançar do vento.
Longevo (Di Sathya Memorare)
Tempestade
E soprou tão forte, não mudou nada de lugar
Mas revira tudo o que está por dentro...
Não houve sorriso, não houve ouriçar da pele...
Mas, para a glória da força de teus marcados olhos
Houve o expandir de minha verve
Que se manifesta na luz do dia que não nasce
E na canção que não cantastes...
Sim, deitou-se ao meu lado
E não sei proclamar no orvalhado leito
Se ouve alguma claridade...
Talvez uma fina fibra pálida como o mármore...
Uma leve pluma de felicidade...
Ainda sim indescritível ao meu entender...
Pois no correr macio dos dedos...
Não sei onde começas tu
Onde termina eu...
se sigo o soprar do vento, talvez o ganho seja se perder...
Mas ainda sim é um perder cheio de gloria...
Inocente em suas formas de errar...
E no sonho do sono despercebido...
Prevalece a tempestade e um profundo Olhar...
Longaevitas (Luana Thoreserc)
Bênção
Escorregar para a margem do rio
Levando em seu dorso as folhas de outono
Saber dos seus pecados todos, perdoar-me
Por seus erros, abençoar sua partida
Calar os sufocados choros, forçar a risada alta
Nas barras destes tantos cantos da avenida.
Fechar o dia, endireitar correntes, fechar os cadeados
Sentar diante da mesa farta, sem saborear,
Adiantar os ponteiros para encontrar a madrugada
E deixar que a lua branca cumplicie o rito
Abrir o portal do infinito e sair para a imensidão
Sem olhar para trás, sem pensar se vou ou se fico.
Partir para longe, para o vazio das danças etéreas
Para os movimentos dos longos braços
Para o aperto no peito, acordar do louco sonho
Abrir os olhos e encontrar refeito o ato inócuo
Triste fato, de um novo amanhecer
Um novo dia a ser vivido, dia acumulado, para a vida.
Longevo (Di Sathya Memorare)
Apelos
Badala o velho relógio talhado em madeira...
Na tua bela morada...
Por tantas vezes a casa de esfomeadas "morcegas"...
Funérea lembrança enchendo-lhe de vida...
Fantasma das tuas noites inglórias...
Vendo teus dedos roubando do velho relógio as horas ...
Sim...Era eu, as chaves de teus cadeados
O medo sufocado nas noites perdidas
Onde deixavas tantas moças vazias
E tantos lençóis manchados...
E diante a fartura de teus dias
Partilhavas comigo a fome que eu não sentia
Os aromas que não me despertavam
As paixões que não me animavam...
Abriu as portas... Chorou escondido
No balanço do trem que te levou para longe de meu abrigo...
Despediu-se de meus olhos...
E da flor que pusestes em meus cabelos...
Por que, por que fizestes assim?
Se me prendeu em teu peito
Com teu amor machucado...
E disfarçados em bênção
deu-me teus tristes e saudosos apelos...
Longaevitas (Luana Thoreserc)
Endosso?
Não se desespere ainda que nada é verdadeiro
E se pensas seja eu a mão pesada deste cativeiro
Erra por preconceito e por desfeita ébria
Sem buscar o encanto no meu canto torpe, julga-me vil
Pergunto, pois, se não estive eu, ali no derredor
Onde agora estaria seu destino, fruto de sua insensatez.
Mas esquecida virgem de tez macia e branca
Amparada na desventurada louça, quase louca a mente
Com suas garras resistentes em minha farda estrangeira
Dormiu em segurança na palha de minha tenda
Bebeu da bebida quente reconfortante, quase prosa
Sem medos, sem pejos, de suas poucas vestes.
Não me traz incomodo algum a transformação seguida
Onde de justo e promissor amigo, viro sapo raso
Verdugo e indesejado inimigo, apenas porque avista
A amurada de sua própria vivenda, e seus reais donos
Tampouco eu lamento a desdita em que se viu
Porque há que lhe servir de espelho, na menina de seu olho.
Longevo (Di Sáthya Memorare)
Inocentes
A graça inocente de um amor sem mesura
Perdeu-se os frívolos carinhos...
Pois da gama de nossa alma sorvemos o mel
Em divergências de caminhos...
E foi esta a desdita da antiga separação...
E não existem erros e embaraços...
Apenas ânsia escondida em uma pálida emoção
A procura nociva da paz em outros abraços...
Os verdugos matam a felicidade
Os vilões roubam de nossa colheita
Sem deixar nada em pagamento...
Não tenha pressa em julgar o meu jus.
Pois nunca de ti bebi o vinho do arrependimento...
Não partir, pois... Comovida fui por sua saudade...
E o que antes não pude ver...
Eu descortinei do outro lado da rua
Onde existia muito mais claridade...
Canto esta lira e digo...
Não se desespere, dormi em tua tenda e não acordei
Pois assim escolhi... Assim quis...
A vivenda do amor vil
Apenas a ti condena...
Sou pálida lembrança e não Juiz...
Longaevitas (Luana Thoreserc)
O ator
Tanto riso causava paz em minhas emoções.
Aqueles estranhos instantes onde percorremos a vida
devolvendo gratidão ao ar de nossos pulmões...
Caminhar... Caminhar...
Esquecer o motivo da partida
Não saber aonde quer chegar....
E mesmo assim, diante a confusão mental do dia a dia
Ser feliz simplesmente por respirar...
Este sou eu...Ser perdido em seu insano amar
Atuar na vida como nos palcos...
E não ver pecado algum em representar...
Todos somos atores do infinito ato da vida...
Mentimos conjurando a verdade
Buscando a atenção de pelo menos um olhar...
Consumimos a alma no fogo da conquista
E nos tornamos labareda da vaidade parasita
Somos atores nos palcos da eternidade...
Essa é a constância do nosso existir...
Em enredos dirigidos pelo céu...
Somos atores, poucos assumem essa realidade...
Confundiu-se a arte de representar com a tirana falsidade
E os homens encontram dignidade em mentir...
Em nome das regras, dos dogmas e preceitos
Todos moldados em preconceitos...
E assim o existir vaidoso...
A lapidação mesquinha do perfeito...
Téspis (Luana Thoreserc)
CONTINUA...
Não se desespere ainda que nada é verdadeiro
E se pensas seja eu a mão pesada deste cativeiro
Erra por preconceito e por desfeita ébria
Sem buscar o encanto no meu canto torpe, julga-me vil
Pergunto, pois, se não estive eu, ali no derredor
Onde agora estaria seu destino, fruto de sua insensatez.
Mas esquecida virgem de tez macia e branca
Amparada na desventurada louça, quase louca a mente
Com suas garras resistentes em minha farda estrangeira
Dormiu em segurança na palha de minha tenda
Bebeu da bebida quente reconfortante, quase prosa
Sem medos, sem pejos, de suas poucas vestes.
Não me traz incomodo algum a transformação seguida
Onde de justo e promissor amigo, viro sapo raso
Verdugo e indesejado inimigo, apenas porque avista
A amurada de sua própria vivenda, e seus reais donos
Tampouco eu lamento a desdita em que se viu
Porque há que lhe servir de espelho, na menina de seu olho.
Longevo (Di Sáthya Memorare)
Inocentes
A graça inocente de um amor sem mesura
Perdeu-se os frívolos carinhos...
Pois da gama de nossa alma sorvemos o mel
Em divergências de caminhos...
E foi esta a desdita da antiga separação...
E não existem erros e embaraços...
Apenas ânsia escondida em uma pálida emoção
A procura nociva da paz em outros abraços...
Os verdugos matam a felicidade
Os vilões roubam de nossa colheita
Sem deixar nada em pagamento...
Não tenha pressa em julgar o meu jus.
Pois nunca de ti bebi o vinho do arrependimento...
Não partir, pois... Comovida fui por sua saudade...
E o que antes não pude ver...
Eu descortinei do outro lado da rua
Onde existia muito mais claridade...
Canto esta lira e digo...
Não se desespere, dormi em tua tenda e não acordei
Pois assim escolhi... Assim quis...
A vivenda do amor vil
Apenas a ti condena...
Sou pálida lembrança e não Juiz...
Longaevitas (Luana Thoreserc)
O ator
Tanto riso causava paz em minhas emoções.
Aqueles estranhos instantes onde percorremos a vida
devolvendo gratidão ao ar de nossos pulmões...
Caminhar... Caminhar...
Esquecer o motivo da partida
Não saber aonde quer chegar....
E mesmo assim, diante a confusão mental do dia a dia
Ser feliz simplesmente por respirar...
Este sou eu...Ser perdido em seu insano amar
Atuar na vida como nos palcos...
E não ver pecado algum em representar...
Todos somos atores do infinito ato da vida...
Mentimos conjurando a verdade
Buscando a atenção de pelo menos um olhar...
Consumimos a alma no fogo da conquista
E nos tornamos labareda da vaidade parasita
Somos atores nos palcos da eternidade...
Essa é a constância do nosso existir...
Em enredos dirigidos pelo céu...
Somos atores, poucos assumem essa realidade...
Confundiu-se a arte de representar com a tirana falsidade
E os homens encontram dignidade em mentir...
Em nome das regras, dos dogmas e preceitos
Todos moldados em preconceitos...
E assim o existir vaidoso...
A lapidação mesquinha do perfeito...
Téspis (Luana Thoreserc)
CONTINUA...