Astronautas, socorro!

Lá vem a onda!

A trupe segue como boiada

Nos encalços do boiadeiro.

- Quem é ele?

- Quem?

Um torpe se tromba

Ante a fúria desvairada

De percalços e atropelos

Sem saber o porquê!

-Por que

-Por quê?

Nas filas dos hospitais,

Nas pistas dos automóveis,

Em voos continentais,

Com ou sem passaportes;

O vai,

O vem,

O vaivém

Dos desorientados.

Sem caminho pra chegar

O fim é a partida,

Nunca param de girar

Num circuito sem saída;

Da vida,

Na vida,

Vida!

Se houvesse uma faxina

Em ritmo de mutirão,

E limpasse essa latrina

Dos detritos da multidão?

Então,

O planeta que fascina

Nessa vasta imensidão

Descansava a quietude

Na amplidão...

Trombetas estridentes.

Nova Era, novas pautas.

Se eram os deuses astronautas

Eles virão novamente.

Socorro!