cidade de aço
cidade de aço
pedaços de ferro retorcidos
o ofício que faço
é amarar os cadarços
de sapatos coloridos
inseminações artificiais
sem sentimentalismo
suturas em corpos ressequidos
sutis gargalhadas de sapos e cotias
desassistidos pela madrugada
policiais a paisana
desembainham espadas
sobre uma população sonolenta
mas que já foi ensandecida
sonhos de mentes sofridas
ou, sabe-se lá, suprimidas
que vida que vida que vida!