Incógnitos Caminhos

Aqui estou. Onde estou? "Para o quê estou"? Não sei,

Mas quem o sabe! Todos afirmam conhecer o caminho;

Pensas realmente entender o que eu passei,

Ao lado das pessoas sempre me senti sozinho.

Por quê? Cada qual acha que compreende o que sente,

Porém poucos adentram nas trevas de seu próprio ser;

E na ternura de teu afago encontrei o desprazer

De lábios que me osculavam, mas teu coração sempre ausente.

Acho que vou pular no penhasco flamejante de minha alma,

E finalmente repousar no inferno da Amnésia;

De teu corpo e emoções não restou nem a sinestesia

De buscar em teu ser algum sentido, som, odor e calma.

Respiro o ódio camuflado nos citoplasmas de teu arpoador,

Neste som inaudível que inertemente vibra minha mente;

Estou tão exausto de tudo o que o mundo pensa e sente,

Tudo é mentira e ilusões cujos alicerces são enraizados na dor.

Ébrio de Lucidez, mergulho nas profundezas da Realidade,

Mas não encontro nem as sombras das palavras das emoções;

Teus olhos dualísticos corromperam tantos corações

Para as veredas messiânicas do reino ilusório da Subjetividade.

Transformei-me no que nunca quis. Regressei às crisálidas

De onde me desencontrei e perdi meu eu verdadeiro.

Defequei os conceitos no leito do devir de tudo o que é passageiro,

Fugaz, efêmero; a vida? A vida com suas facetas tão pálidas,

Pois o Bem e o Mal são apenas doutrinas, palavras e conceitos,

E o mundo sempre é virado na ampulheta das recompensas e castigos;

Nas sendas para me auto-encontrar, perdi meus sonhos e amigos,

Sangue não expia culpas; nosso próprio olhar reflete nossos defeitos.

Olhai para a Escuridão de teu incógnito Céu,

Sinta no cerne de tuas trevas o hermetismo intrínseco de tuas Luas.

Será nas margens do abismo de teu próprio escarcéu

Que encontrarás as cinzas da tua chama para que enfim evoluas.

Gilliard Alves Rodrigues

Acaraú, 02-10-11

12h27min

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 02/10/2011
Reeditado em 02/10/2011
Código do texto: T3253425
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