a procura
Dividido ,há muito tempo,confuso,estava meu pobre eu
Procurava minha metade por lugares silentes onde se cala
Porem,que de mim,a essência pura ,ao longe,se perdeu
Ah!que minha alma se debatia nas paredes de negra sala !
E,quanto mais me esforçava no encontro de uma janela
Quedava,semi inerte e cego as quiméricas visões de Deus...
Quando, olhos cerrados,uma fagulha alumiou a porta velha
Pude contemplar desejos mundanos que,um dia,foram meus
Ah!quanta iniqüidade que,num canto deixara,então, a esmo !
Meditei: “se minha meia existência é um lapidado brilhante”
Pensou,cruel a serpente de meu ego ante a Luz,assim mesmo
“Por certo,a outra parte que me falta é duro cristal de diamante”
Eis que num dado e milagroso momento,um curto instante...
Sem nada entender como tudo aquilo ,súbito,ainda acontecia
As fenestras banharam minha alma com o sol mais radiante
E descobri que a outra parte de mim,qual pequena criança,dormia!
Fiquei,com os olhos rubros qual sentida mãe ,o filho acalentando
Sussurrei, baixinho ao risonho rebento que de mim ,nasceu
Aproximei o meu peito a meu novo Eu,como que amamentando...
Suspirei ,assim,profundo ante a angustia que,tola,se perdeu !