o barquinho de papel

O meu barquinho de papel tinha vela e tudo...

Nas águas da sarjeta,flutuando,alegre,navegou

De repente , estrondo de trovão me deixou surdo

e,no meio de uma forte chuva,ele quase afundou

Assim ,seguiu,na calmaria,o barco de minha vida

Veleiro branco,a vencer as crespas marolas,lento

Levava ,contudo mistério de minha alma querida

A conduzir meu incerto destino ao sabor do vento...

Numa noite de procelas , vivi poderosa tormenta

Transformando,meu Ser em frangalhos de madeira

Sobrevivi,preso,ao que de mim sobrou,a duras penas

Ainda que naufrago ,contemplei um céu de estrelas

Aprofundei as entranhas do oceano,assim,lentamente

Contudo,nenhuma angustia premente a mim,assaltou

Elevei,tranqüilo,meu olhar a estrela d’alma,calmamente

Sussurrei uma palavra de alivio,pois,minha dor terminou!