Não Se Esqueça

As ruas do Rio têm muito lixo,

Muito gari, mas muito lixo.

As ruas do Rio têm muita gente;

Tem ônibus, mas muito carro.

Meus óculos são grossos,

Mas sem eles

Sei ver também

Com os sonhos,

Desejos

E no dizer do amém.

Nos ares do Rio há poeira;

Tem helicóptero, parapente,

Mas da sujeira não se foge não.

E o meu fulgor...,

O seu pudor,

Nosso favor...

O Rio de que falo não é d’água não;

Tem água doce, tem salgada,

Mas não é só praia não.

Mas não se esqueça,

Não se esqueça

Da beleza

Da iniciação.

O meu Rio, Rio lindo

É de Janeiro,

Mas é do mundo

E mundo é do ano inteiro.

Falando em mundo

Qual seria a razão

De falar do Rio

Sendo ele, do mundo,

Apenas parte de seu quinhão?

Agora digo:

É a cultura

Que a mim cabe

E a qual estou a altura.

Mas nunca deixo de pensar no resto todo

Que esmagaria por total

Este pontinho em que vivo no litoral.

E é assim que a consciência

Deve funcionar;

De lá pra cá, de cá pra lá,

Todo mundo deve se olhar

E ver no velho algo novo

Do que se possa orgulhar.

Por isso não se esqueça

Nunca se esqueça

Da beleza

Da beleza...

Eduardo F F de Abreu
Enviado por Eduardo F F de Abreu em 03/03/2011
Código do texto: T2826916
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