(Fato real, ocorrido comigo
em 1998, em Itaperuna/RJ).
Um homem espera
a morte num quarto fétido.
Espera a morte perdeu a sorte.
Os oficiais insistem em intimá-lo
para um grande tribunal.
O homem indiferente,
tem a alma ausente.
Sortilégios, clarividência,
fantasmagórico, presente.
Está debruçado no túmulo,
deseja ver o pano de fundo da vida,
deseja a morte esta esquecida.
Deus, rir-se dele e bem,
os oficiais ficam atônitos.
O homem apenas sente a morte
esculpi-lo lentamente no além.
Tem coragem para calar-se
e não fala do crepúsculo,
tampouco do universo...
Quanto mais das dores
que sente nos músculos.
Apenas o asco o remete
em fragmentados versos...
Aos oficiais resta apenas,
carregar-lhe nos ombros,
(os restos).