TEMPORÁRIO

TEMPORÁRIO

Joyce Sameitat

Voam as horas em quietos rebentos;

De ondas caóticas porém inevitáveis...

Controladas pelas mãos do tempo;

Que tornam as passadas imprestáveis...

E o tempo que o tempo presente contem;

Nunca me é demais e é até insuficiente...

Acabo correndo muito como ele também;

Me deparo com uma sensação de ausente...

Nesta tão louca e confusa agitação;

Que ao mesmo tempo é calmaria...

Bate lento ou rápido meu coração;

E no decorrer das horas se contraria...

Com ele eu crio asas então;

Que logo são aposentadas...

Vão-se com algum furacão;

De ventanias já passadas...

Só a alma é quem se vangloria;

Já que sabe ser ao tempo imune...

Ri das horas, do tempo e ventania;

Tentando só aumentar o seu lume...

Mantem-se como pode em serenidade;

Embora sofra na vida tantos revezes...

Quer crescer e agir na sua eternidade;

E o tempo que do resto se encarregue...

São Paulo, 22 de Abril de 2010

Joyce Sameitat
Enviado por Joyce Sameitat em 22/04/2010
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