ÍMPAR

ÍMPAR

Joyce Sameitat

A realidade me é concreta e até chocante;

Embora ela saiba muito bem dissimular...

Retrata dos meus minutos os instantes;

Em que me deixei não sei porquê desligar...

Nestes lapsos de memória vou viajando;

Entre eu mesma e o que julgo imaginação...

Por períodos segue minha mente errando;

No que é real ou apenas pura divagação...

Nos milhares de pensamentos que surgem;

Tento segurar apenas um que seja...

Mas todos eles são rápidos e urgem;

Não se deixarem pegar como presa...

De tudo o que é concreto retiro o abstrato;

Espremendo das idéias sua fertilidade...

Construo na mente até um auto-retrato;

Mas que é sonho e não uma realidade...

Persigo mesmo é sonhos diferentes;

Que não sejam de normais rotulados...

Sempre olvido o que me é presente;

Mas seguro uma ponta do passado...

Porém o que é normal eu me pergunto;

Ouvindo o burburinho dos pensamentos...

Talvez seja retirar bem de lá do fundo;

O que passa desapercebido no centro...

Mas aí me limitam os sentimentos;

Que não deixam a razão os estudar...

Vou sempre dando tempo ao tempo;

Para este grande enigma decifrar...

São Paulo, 13 de Abril de 2010

Joyce Sameitat
Enviado por Joyce Sameitat em 13/04/2010
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