A alma sonha

No frescor dessa manhã acordando, eu abri os olhos

ergui as mãos numa oração que criaou dois pássaros

de formas translúcidas, como se fossem meus filhos

e se perderam no distante fazendo os escuros claros!

Enveredaram pelo sulco aberto da fímbria ensolarada

os olhos meus, estremecendo,pois o sulco era fresco,

como não houvera de ser na tão incendiada alvorada;

era o milagre qu’espantava meu olhar funambulesco!

A alma voava liberta,exultava e no sulco se fincava,

quanto mais liberdade pedia para desatar repressões,

mais o meu corpo bambeava, desordenado tropeçava,

No vergel de bálsamos etéreos se prendia às canções

d’outras liras misteriosas lembradas e as encarnava,

Minha alma ia sonhando meus anseios.Quantas emoções!

Santos-SP-15/08/2006

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 16/08/2006
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