PENSAMENTOS CONFUSOS

PENSAMENTOS CONFUSOS

Joyce Sameitat

Em meus pensamentos estou voando;

Mesmo que parada em qualquer lugar...

E ao som de trovões ao longe troando;

Sinto-me qual um raio difuso de luar...

Que em gotas de chuva vem chegando!

Meus sentimentos por vezes obtusos;

Implodem dentro de mim com força...

Trazendo a tona pensamentos confusos;

Do período em que eu era bem moça...

E que agora me são um tanto obscuros!

Misturam-se sonhos e esperanças então;

Num vago soluço de extensa saudade...

Aliam-se a eles meu sentido coração;

Que tenta trazer de volta o que é tarde...

Porquê ele não vê nenhum sentido na razão!

Desabrocha em meu ser meio sem noção;

A vontade de se aventurar em outras paragens...

Esperando o rebento de qualquer furacão;

Que o leve a ver outras diferentes paisagens...

Mesmo que o arraste num grande turbilhão!

Sinto-me qual uma árvore muito bem plantada;

Quando sei que nasci mesmo é para caminhar...

E vejo a olhar-me a alma um tanto equivocada;

Mas ela pode e sempre sai por ai a voar...

Enquanto encontro-me aqui estatelada!

Eu cá no corpo fico presa e me debato;

Angustiada por de mim não me desprender...

Já nem sou árvore mas um simples taco;

Sabendo que a madeira virá a apodrecer...

E dentro deste sentimentos me acabo!

Passeio nos vãos dos meus pensamentos;

Que podem inventar o que eles quiserem...

Enquanto no coração trago todos os tormentos;

Que a vida e minhas emoções me auferem...

Os quais independem de qualquer tipo de tempo!

E deixam-me cada vez mais cativa do relento;

Até o tempo que miríades de anjos vierem;

Para comigo desaparecerem no firmamento...

São Paulo, 26 de Março de 2010

Joyce Sameitat
Enviado por Joyce Sameitat em 28/03/2010
Código do texto: T2164200