Noturnidade

A noite deit’ em mim como sol agacha no horizonte,

mudamente calando suas vozes em minha quietude,

qu’os espaços alarga enquanto sua concha me traga,

recíproca posse,que me faz mais relaxante e meiga!

Sendo da noite e ela minha, perco’fugaz identidade,

que algemas às minhas asas prendiam e transcendo

a muda noturnidade enigmática d’incrível liberdade,

maga irrestrita que tantas portas d'ouro sai abrindo!

Busco na solidão radiant'a voz falante dessa poesia,

anoitecida quando sussurros se soltaram dos anelos,

e até qu’a noite me desencante indo buscar novo dia,

aqu'escondid'expurgarei os tristes vícios e flagelos!

Porque sendo a crença uma misteriosa brisa noturna,

jubila minh’alm’ imortal sorrindo, crê e canta serena.

Dentro d’uma esfera de cânticos tod’a alma é bendita

para andar sempre crendo e florindo o que necessita!

Santos-SP-15/07/2006

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 15/07/2006
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