Tempo de mudança

Os cômodos cobertos,

no pensamento a alegria,

na parede o quadro torto,

na janela a vidraça quebrada.

Em todo espaço pela casa

o dominante é o pó.

Que apagou o breve momento,

se desfez da felicidade.

A cortina amassada e encardida

me fala que desconheço o mundo.

Não o faço mais parte de mim.

Minhas memórias,

meus sentimentos,

e minhas emoções

estão todas fechadas comigo,

guardadas no meu eu de profundo bloqueio.

Não me comunico!

Não me dou!

Sou como qualquer ser!

Mas me isolo entre poeiras

de lembranças, objetos,

histórias e melancolia.

Não me sobra esperança.

Agora sim eu enxergo

que é tempo de mudança!