a garantia do tempo
púrpura serena, beijo da amena
saudade
invade
a cruz de minh’alma, o mar se acalma
é tarde
alarde
vem da cordilheira a ave altaneira
o rumo
presumo
ninguém adivinha, deu tudo o que tinha
aprumo
eu sumo
o Sumo Pontífice naquela imundície
resvala
se cala
o medo se abate, não há quem resgate
a mala
da vala
olhando pra cima, a luz que ilumina
me cega
me nega
o abraço escarlate, pintura sem arte
esfrega
sossega
a tua inquietude, o tolo ataúde
espera
venera
com sabedoria e a garantia
do tempo
que sabe a hora que vem
que não se cansa de alguém
que nunca esperou pelo trem
que não parou na estação
Rio, 13/06/2006