A Casa Abandonada - I
A Casa Abandonada*
I
Os olhos que bailam luzes
Num azul alegre e gélido,
Uma multidão de um só
E o vermelho, o preto, o branco
Em tons pálidos de alegria;
Tanta tristeza na casa
Tantas luzes de rostos e fomes,
Indo à lugar nenhum...
Raios verdes em luz roxa,
Fumaça onde abriga-se o Ser.
As pessoas correndo em círculos
E a depressão afundando a alma
oprimida... Oh! Feliz aniversário!
Tanta luz, tanta palidez...
Que forma uma dança bela
Em meu contraste alegre;
Tanta pobreza na pena pobre
Que morre com o fogão aceso,
Todo o poder de encantar
Com a profundeza efêmera da alma;
Música de CO² no coração vácuo e triste!
Beleza vasta na miséria e realeza humana,
Repetir(se) para extingüir e existir.
A tristeza é muito mais profunda que a felicidade!
Somos todos uma multidão de solitários,
E eu, um sozinho em meio a deidade
Da imensidão da vida...
Oh, chuva real! Por que me abandonaste?
Não vá agora... Deixe ao menos quadros
Em meus olhos ocos... Na casa abandonada.
* Poema sobre a exposição "Vertigem" dos "Gêmeos" acontecendo atualmente no CCBB - RJ