A Casa Abandonada - I

A Casa Abandonada*

I

Os olhos que bailam luzes

Num azul alegre e gélido,

Uma multidão de um só

E o vermelho, o preto, o branco

Em tons pálidos de alegria;

Tanta tristeza na casa

Tantas luzes de rostos e fomes,

Indo à lugar nenhum...

Raios verdes em luz roxa,

Fumaça onde abriga-se o Ser.

As pessoas correndo em círculos

E a depressão afundando a alma

oprimida... Oh! Feliz aniversário!

Tanta luz, tanta palidez...

Que forma uma dança bela

Em meu contraste alegre;

Tanta pobreza na pena pobre

Que morre com o fogão aceso,

Todo o poder de encantar

Com a profundeza efêmera da alma;

Música de CO² no coração vácuo e triste!

Beleza vasta na miséria e realeza humana,

Repetir(se) para extingüir e existir.

A tristeza é muito mais profunda que a felicidade!

Somos todos uma multidão de solitários,

E eu, um sozinho em meio a deidade

Da imensidão da vida...

Oh, chuva real! Por que me abandonaste?

Não vá agora... Deixe ao menos quadros

Em meus olhos ocos... Na casa abandonada.

* Poema sobre a exposição "Vertigem" dos "Gêmeos" acontecendo atualmente no CCBB - RJ

R Duccini
Enviado por R Duccini em 22/04/2009
Reeditado em 23/04/2009
Código do texto: T1553753