A Beleza DisForme da Existência

Sinto a Vida em tudo o que eu vejo,

Sinto o universo se dilatando em tudo o que eu toco,

Sinto que eu podia me afogar em tantas e diversas emoções e sensações

que meu cérebro e meu corpo produzem em minha alma,

E me dá repentinamente tanta, mais tanta vontade de chorar,

Ao imaginar que um dia não estarei mais nesse mundo paradoxal

A fim de sentir tudo o que o meu Ser e este Universo estranho jorram

No âmago de minha alma.

Sinto-me tão abençoado em existir,

Independentemente do quê, ou de quem,

Ou de que fatores contribuíram para que todo ser e algo existente viessem a existir.

Existir: sentir isso com toda a intensidade que minha Consciência

possa conseguir e ultrapassar;

E depois viver,

Viver todas as alegrias e tristezas que há na Vida,

E contemplar todo esse Oceano Cosmológico e enigmático que reside em cada coisa, em cada átomo, em cada partícula, e em cada ser...

Deus meu! Eu queria poder exprimir com frases o que minhas percepções

captam de tudo o que há na Vida e no Universo.

Mas eu não consigo...

Pois eu acho tão belo, tão simples e ao mesmo tempo tão indecifrável a Tudo,

A Todos,

Até a mim mesmo!!

Serei eternizado na ampulheta metafórica do Tempo,

Mesmo sendo meu ser finito,

Mesmo que em algum dia o próprio Universo

E tudo o que reside Nele venha a morrer,

A se decompor,

Resultando em um Nada Caótico incomensurável,

Mesmo assim,

Nada poderá apagar o interstício de Minha Existência.

E isso me leva a querer aproveitar cada nano-segundo

que a Vida e Meu Corpo Permitem-me usufruir.

Fluir: Flui alma minha

Em todos os lagos, rios e oceanos;

Flui, alma minha,

Em todos os fótons e átomos escondidos nas pedras, nas árvores, e nos animais;

no Orgânico e no Inorgânico,

No visível e no invisível,

No Empírico, no Concreto, no Hipotético e no além do Abstrato.

Flui e caminha e devaneia, alma minha,

No dorso de todas as Ideias, Conceitos, Definições, e Equações

já pensadas, e nas outras que ainda hão de vir.

Flui, ó minha alma, em toda a Existência,

Em todas as estrelas, cometas, galáxias, e universos paralelos e interdimensionais.

Flui _ó meu Ser_

Em todos os Dualismos do Cosmo, em cada caverna das Emoções e dos Pensamentos.

Flui, ó meu Ser,

No coração abstrato de todas as divindades que já percorreram na História da Humanidade,

E leva tudo o que habita de mim (e em mim)

Para Tudo e para Todos,

Até mesmo para o Estômago insaciável do Nada e do Amor!

Flui e regozija e caminha, ó minha alma!

Para todos os Labirintos existenciais da Vida e do Pensar.

Existo e Vivo e Amo;

Até o último instante de fôlego que se movimenta em meu corpo,

Vou continuar a existir, a viver, a pensar, a criar, a escrever, a sentir, a fluir,

a copular e amar a Tudo o que há no cotidiano, no que é simples e transcendental!

Uni-Verso:

Versos Unidos e Semeados em cada palavra, arado, montanhas, circunstâncias, corações e almas

por meio destas mãos sofridas, sensíveis, sangrantes, sacras e solitárias do Poeta.

Gilliard Alves

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 16/04/2009
Reeditado em 21/10/2021
Código do texto: T1542856
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