Perséfone

Nos campos em flor onde vagueio, sigo os aromas e cores
Flutuando em lembranças, desejos proibidos e ansiados
Tão diverso dos mistérios profanos e ocultos do teu reino
Onde mesclam-se  medos, lendas, segredos  e mistérios
 
Apelos e dores incalculáveis em detrimento do instinto sutil
A luz da aurora já não desperta nem faz qualquer sentido
O que me torna tão especial não é a pureza malfazeja
São os vislumbres daquilo que posso me tornar
Pelas tuas mãos que prometem conduzir e partilhar
 
Âmago do que nenhuma outra mulher possuirá
Transbordando a libido reprimida em sonhos amorais
Desperto  o lado oculto da lua, negra lua. Minha lua
Companheira derradeira onde fiz minha morada
 
Sim! Comi a fruta que me abriu as portas e o destino
E todas as delícias e sabores que jamais imaginei existir
Bato com força o pé na terra macia que se curva. Complacente
Única passageira da velha barca de Caronte. Deslizamos
 
Indescritível mundo de aflições eternas em que és  Senhor
Respiro o calor e a densidade. Não me importo, estou em casa!
Tomo o lugar ao seu lado: Rainha, Deusa, Musa, Maldita, temida.
Perséfone.
 
 Foto da escultura de :
Giselle Sato
Enviado por Giselle Sato em 18/03/2009
Reeditado em 29/12/2018
Código do texto: T1493398
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