Melancólico
O cinza cobre o pálido néon celeste:
-Deus! É essa triste hora;
Quando meus olhos não brilham,
Nesta vil penumbra, como infecciosa peste,
Flores fúnebres exalam…
Cinza…
Este céu, medonho céu, jornada ao infinito.
Porém, não temos escada.
A constelação deserta;
Tão fria e densa – um mundo esmaecido;
Pela mão de gelo que aperta…
Cinza…
Os meus pensamentos se perdem em devaneios,
Vagões em trilhos errantes;
Sigo silencioso vão;
Recolho-me em meus anseios
Fugindo dessa ilusão…
Ainda está, assim: cinza…
A tormenta desta espera, enfim desfecha.
A piedade divina,
Agracia-me com ternura.
Esta lua pequenina,
Rompe a noite obscura…
-Luz!