Melancólico

O cinza cobre o pálido néon celeste:

-Deus! É essa triste hora;

Quando meus olhos não brilham,

Nesta vil penumbra, como infecciosa peste,

Flores fúnebres exalam…

Cinza…

Este céu, medonho céu, jornada ao infinito.

Porém, não temos escada.

A constelação deserta;

Tão fria e densa – um mundo esmaecido;

Pela mão de gelo que aperta…

Cinza…

Os meus pensamentos se perdem em devaneios,

Vagões em trilhos errantes;

Sigo silencioso vão;

Recolho-me em meus anseios

Fugindo dessa ilusão…

Ainda está, assim: cinza…

A tormenta desta espera, enfim desfecha.

A piedade divina,

Agracia-me com ternura.

Esta lua pequenina,

Rompe a noite obscura…

-Luz!

Valter Vargas
Enviado por Valter Vargas em 14/02/2008
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