Onde passas
O embaço
das janelas abertas
aprendi não onde sei
aonde passas
a beleza da arte
Hegel reza
tenho uma cartilha rota
onde passas
berrando
eu quero quebrar seu braço
e ainda lhe desejar
boa noite
até amanhã
onde passas
magias incultas
branca e negra
mesa ouija mentirosa
sei o sinal
todos ansiosos
onde passas
desaparecem alaridos
fumaças cor-de-idiota
cantilenas de domingo manhã
interior nascença
onde passas
morro e odeio
acalmo e perdoo
enjoo
levante de atravancadas
memórias pedras
corpo paralisado
dormente
sangue alojado
sem saída fluxo
aonde passas
perdi a aposta
dispenso lucros
xucros mata-burros
na estradinha
da cannabis e do cogumelo Psilocybe cubensis
pergunte aos amigos
onde passas
loucura fissura
penar é preciso
traz o luar chão
vomitar
arranha violão
coração descompasso
passo
onde passas
e retornas
onde passas
sempre
paço do império vazio
maço de cigarro
vadio
alvíssaras bênçãos
quase contente
ainda lá
chego
onde passas
passarás
pastarás.