O surrealista
Moeda chinesa
bolhas explodem sobre garrafas vazias
caneca azul
boca que cospe Breton
o verdadeiro surreal
metrô que demora na Central
a amante de nome russo
vodka
pedras de São Tomé das Letras
ladra de anel do noivado
consenti
apaixonado estaria
patologia.
Deixa prismar.
Deixa filtrar.
O mundo consome agora
futuro à merda
camiseta preta minha amarela Maiakovski
branca seda minha etérea Lao-Tsé
voltar a Minas
beijar poeira vermelha
chocolate desprezado.
Estrada
estrada.
O vento é bom
deuses nascendo
belos
límpidos
fogo na mata
susto
caí
levanto.
As aves mergulham na água
na porta de um coração.