A cidade de São Paulo pulsa feito um bicho vivo
"São Paulo pulsa como um organismo vivo,
E nessas esquinas e bares,
Corpos sobrevivendo ao cotidiano exaustivo,
Exalam alegrias e pesares.
No labirinto de túneis que formam estações,
Imersas em seu próprio universo de dor,
Pessoas dilaceradas se arrastam entre vagões,
Buscando um modo de se recompor.
As janelas desses prédios gigantes,
Agem como olhos envidraçados e sagazes,
Presenciando encontros excitantes,
E desencontros mordazes.
Essas mesas que dominam as calçadas,
São como efêmeras obras de arte,
Inserindo almas únicas e entusiasmadas,
Numa inebriante realidade á parte.
Em meio à buzinas e roncos de motor,
Instrumentos musicais esbanjam sua sonoridade,
Mergulhando o ambiente num clima sedutor,
E tornando a avenida um antro de diversidade.
Como se fosse uma pintura abstrata,
Um misto de sentimentos envolve a cidade,
Enquanto o caos da vida urbana ela retrata,
E ao cinza do concreto confere nova tonalidade."