UM JARDIM PARA PINTAR
Lago verde cristalino com estrelas pequeninas;
Onde as gaivotas voam pelo céu crespo;
Nas nuvens transparentes de um outono;
Num céu de anil que chove amor;
No meu corpo perolado pelas pétalas de rosa;
Azul carmim, cintilante amarelo, branco como a névoa;
E vão-se as gaivotas pela imensidão;
Do infinito céu azul;
Diante das tintas aquareladas;
Como um pintura em mármore;
Numa moldura perolada;
De ouro negro em pó;
Realçando uma tela aquarelada;
Num amor sem fim...
Os pigmentos naturais são relevos;
Os pinceis nadam no ar como bailarinas;
Perco as gaivotas de vista no anil;
O sol reluz a loucura do misturar;
O óleo em água no orvalho transmuta;
E desliso meu corpo nas ondas de cores;
Cintilando meu universo onírico;
Tornando-me conciso do meu mundo parente;
Nos versos e rimas me dou em prosa;
Ao mover-me me revelo na aurora;
Transformo-me em borboleta;
E vou atras das gaivotas...
Busco perdidamente o amor;
Que declamo em poesia;
Como uma sintonia sem fim;
Na ternura de um soneto;
Na candura de ser violeta.