O QUADRO DE CAVALOS
Eles falam, eles falam tantas asneiras
E mentem, mentem, como a feiticeira
Lançam flores querendo a florista
Querem a cor, a verdade do artista.
Quantos são passos que contam
De quantas faces que zombam
Eles são tão perigosos, menina!
Não faça suas vontades, bobinha!
Acorde.
Não sonhe o sonho deles.
Escondem o raio destruidor de sonhos.
Eles querem o teu fim, menina!
Desperte teus olhos e sonhe acordada.
Seja, enfim, menina amada.
Não coma a maçã tão doce e envenenada.
Menina!
Olhe o fogo que arde!
Veja as patas que fogem!
Os cavalos se soltaram no campo e correm à morte!
A guerra está perdida, menina!
Não vá atrás dos cavalos brancos.
Os cavalos de guerra estão sujos, bobinha!
Só eles, só eles, trazem a marca da luta!
Só eles, só eles, trazem a força oculta!
Aves que nunca os pegam.
Artes que nunca se apagam.
O quadro foi pintado.
Está pintado, menina.
Continua viva a tua esperança
como aquela tinta bela e antiga.