Poema semente
Poema semente
Da folha...
haja raiz!
Um fruto desaparecido entre as presenças,
por entre as crateras curiosas da terra,
lugar para onde vim.
Úmida e fértil?
A terra das folhas onde estou e sou.
Declamo os versos soltos do meu rosto
como estas palavras amarradas,
sem sílabas e sem corantes,
quase, de mim, separadas.
Do caule?
e minhas mãos nele abraçadas,
sorrindo, dando gargalhadas
à prova de um diferente amor à natureza.
Do fruto...
Eu!
Estes versos dizem tudo
o que neles há de mais claro e obscuro
feito dia nublado, céu cinzento,
amor desolado, mas cheio de estrelas luzidias,
nascidas sobre alegrias e sem faltas.
De tudo?
Eis que chego ao fim deste poema.
Leiam-no, tracei sob verdadeiro dilema,
do que ainda que sendo, mesmo assim,
sobrevive dentro de tudo ou nada.