FIGA
Este corpo é meu amuleto
Sou como pedra apenas
Não me arremesso
Como penas ao ar.
Sou pedregulho
Esta pele eu enfeito;
Aramada no dedo,
Amarrada, seixo,
Enforcada no peito,
Trespassada na cartilagem,
Incrustada no osso,
Decote do seio.
Não trepeça, sou peça.
Visto os que se despem
Para amar e para pecar.
Não tropece em mim
Se entorpeço se a sua luz
Decanta em mim.
Fiel ao céu
Vou ao fundo do mar
Com esta efígie,
Âncora que um dia irá flutuar.