Poema de inverno

Inverno...

os olhares suaves das camélias

poetizam as manhãs.

Sem ruído nem angústia,

como estrelas assustadas,

suas pétalas desfolhadas

vão caindo pelo chão

formando um manto de poesia

na relva molhada,

como um linho do coração.

Inverno...

a voz dos pássaros

canta a vida, a alegria.

Orquestra quase humana,

quase terrestre.

Nunca deixará de ser poesia.

Os querubins têm a pele de névoa

preenchendo todos os espaços

pela manhã e à noite.

Seu abraço é conforto,

puras frontes de brumas

enlaçando a poesia

uma a uma...

E as montanhas ao longe

que guardam o silêncio,

são meus mestres, meus monges

que abençoam tudo que sonho,

tudo que penso.

(Direitos autorais reservados – Lei 9.610 de 19.02.98)

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 28/07/2007
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T583625
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