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De repente, sem mais, nem menos, palavras, palavras e palavras invadem minha mente...
Ou, seria minha mente que, repentinamente, sem mais, nem menos, invade o mundo das palavras?
Sei que inesperadamente, sem quê, nem para quê, me vejo num universo de palavras...
... e sem quê, nem pra quê, desavergonhadamente, sílabas vão se despindo e se põe a dizer versos... sussurram-me seus desejos... contam-me seus segredos e, insinuando-se em arremedos de poesias, me seduzem...
Ah, num it de segundo me transporto para outro mundo...
As palavras mergulham em minha'lma e minha'lma em verbos se regozija...
E, eu... eu levito!
Vôo entre as estrelas... dou uma piscadela, namoro com o Sol,
Na escuridão da noite, invejo a Lua a brilhar só, sem temer a solidão...
Beijo o mar e até me atrevo imitar a Lua, vagueando pelo infinito...
Mas... de repente, um velho medo me invade e sucumbo num vazio profundo,
Mergulho então, nas profundezas de um conhecido e dorido precipício,
Elas não me abandonam... carinhosamente vêm... enxugam minhas lágrimas, me estendem a mão...
Aquecem meus frios, assossegam meu coração...
E, em águas serenas e tranquilas novamente me banho...
Palavras, palavras, palavras...
Eu as beijo, eu as amo
Somos cúmplices, nos amamos...
Se estou feliz, dançamos
Se estou triste, choramos
Se tenho medo, me refugiam...
Temos um caso de amor quase insano...
Se durmo, me acordam
Se acordo, sonhamos...
Assim, não há entre nós desenganos
Somos carne da mesma carne,
Sangue do mesmo sangue,
Não há antes, não há depois...
Entre nós, há o agora
E nada mais, por hora