POESIA DE RUA
Esqueço a estrada
quando natural me parece
a falta de minha rua
A mim, tudo se estende,
na parte que desconheço
e naturalmente se abre
Para o esquecimento da rua
que se abre repetidamente
feito uma estrada fechada
Fica a ilusão perdida
de um sentimento de ócio
desfazendo-se no silêncio
Pareço que desmereço
o próprio desaparecimento
de um vazio que se parece
Com a natureza vencida
desses caminhos trilhados
tão naturais como as ruas
E como seriam as esquinas
se repetidamente fechadas
fossem esquecidas?
Como seriam, se não fossem,
esquecidamente os anos
nos ombros tão deseguais
De homens que não esquecem
dos trechos de ruas isoladas
como se fossem suas vidas
Como se passassem anos
esperando a claridade
de um amor resignado
A mim, tudo se abre,
feito o próprio esquecimento
da repetição de estradas
Esqueço que as esquinas
quando natural me parecem
são apenas trechos de ruas