Aquele cheiro...
Cheiro. Impregnado na derme, nas unhas,
Na mente. E a lembrança é uma verdade.
Cheiro de desejo, de libertação e vontade.
Essas marcas em mim são todas minhas!
Gosto de sal e sol e terra árida e mexida,
Cheiro de aragem e lua em mim entardecida.
Vultos de lembranças, flashes de memórias,
Hoje derramada vive em ti, qual escória.
Vã e vulgo como o tempo, foi-se com o poente.
Restam às vezes, recolhida, póstuma em vida,
Memória vaga, avulsa, úmida e até perdida,
Do cheiro, do gosto. No peito sempre latente.
Março/2016