Um par de asas vermelhas refletia-se em um lago,
E nada acima se via;
O céu deserto, o ar letárgico,
as asas se agitando na quietude das águas.
No silêncio pendiam as cores das aroeiras,
descia pelas cachoeiras
a perturbação de uma noite que haveria de vir.
O voo molhado do meu corpo imerso em preces,
tanto e tanto, meu Deus,
que se fez céu as águas como se evaporassem,
e o rubro das asas trespassou a noite que ia adentrando.
E nada acima se via;
O céu deserto, o ar letárgico,
as asas se agitando na quietude das águas.
No silêncio pendiam as cores das aroeiras,
descia pelas cachoeiras
a perturbação de uma noite que haveria de vir.
O voo molhado do meu corpo imerso em preces,
tanto e tanto, meu Deus,
que se fez céu as águas como se evaporassem,
e o rubro das asas trespassou a noite que ia adentrando.