As estrelas e o retrato
Perguntei olhando fixamente
Um retrato velho que a
Poeira não poupou.
Como vai a fulgência
Das estrelas de lá.
E na mofa de teus risos,
De repente a vida,
Um objeto direto
Já não ostentava a lépida
Da primavera, tão pouco,
O regato aturado
Em nossas manhãs,
Que delas nada resta
Em tua memória.
Agora vejo, te dou razão.
Do que valem meus
Risos fingidos,
Se teu mundo um
Palácio em festa não me cabe.
Do que vale saber quem
Está contigo no retrato.
Não vou disfarça não disfarce.
Ao me perguntar se sei,
Sim, então responderei,
Um certo alguém,
Que te faz bem.
Mas confesse que
No retrato, as estrelas, todas elas,
Fui eu que pintei.
Vá em frente me diga adeus
Sem citar minhas bagatelas,
E prometo não delinqüir
Seu mais novo plural,
Sem o pronome eu.