Não sei o que digo e se faço desejo corro a realizar.

Pela metade transcorro a vida

pela vida vejo a metade

das vidas que vívidas escorrem

esperançosas e dóceis

débeis e loucas

lúdicas e ocas

podres e lubricas

mortas de vida

vida de pobre

de uma sociedade que apodrece

como a fruta ainda verde no pé

desgostosa por morrer

antes de saber o seu gosto

ou sentidos que causaria

na vida viva e plena solta e cantica

enquanto nós numa vida quântica

rodamos como uniformes a lavar

manchas que manchas?

mácula que mácula?

a vida oca segue quântica

quantos ainda permanecem

cíclicos a empodrecer e viver sem poder

sem saber que a vida morre nua

e nasce louca para viver sempre cálida

sempre única sempre saborosa

sempre brinquedo sempre roda

sempre dança

sempre música

sempre musa

sempre manjar

sem sequer saber qual seja como o agora mesmo será?

alegria temos que fabricar? não ela chove como maná

este que ninguém quer colher porque não vê além dos

desertos dos espelhos das fotos orfãs de segredo

sem recato desato este medo de escrever que você

lê e não crê que o amanhã será bom se hoje você for melhor

que ontem, que eu, que nós.

Hahahaha! Rio o desespero de ser solto neste presídio capital

nesta roda desigual, neste buraco sem qualquer sombra de saída

e espero neste túnel a vida inseta pisar meus pés, quer sair? melhor não entrar, mas se não entrar não há como sair dessa vida bandida perdida no sopro dos canos e descargas de ares sem fôlego em pós negros e rudes porcos em foco nudes sem graça. Vou vestir minha carcaça de pobreza sem frieza ou tristeza e girar, não o gelo ou o motor, mas a cabeça assim vejo o céu girar e caio roto, rubro e doido de medo de saber que um pedaço de Deus pode cair sobre qualquer um Zé, como eu, um isso assim e fazer queimar o coração e viver; ver a vida sem ecos tudo bem simples e direto com o respeitar do desejo daquele que primeiro veio e porá ordem neste pardieiro empandeirado do meu coração que se ama, só ama porque um dia perdeu a cabeça e ficou louco, fritou o cérebro, ficou cabeça, cabeça cheia de cabaças ocas e toscas loucas e sanas. Infâmia aos que nem sabe como eu sou infame, semente que mente, descrente e crente, quente e fervente, doido, doido, doído, onde só dói o suficiente para saber que amar é preciso, urgente, que respeito é pão e alegria água, que roda e gira e entra e emana e sai e guarda e se falta, move os lábios rotos e secos, move os corpos mortos pendentes sem sorriso ou dentes HAHAHAHA.

Para mim o único músculo que me move e dói é o coração essa dor me dilacera, me derrama, me enriquece ao mesmo tempo que me empobrece. Feliz de mim que ainda meu coração dói, porque necessito consolo e colo e criança sou pequena perto deste ser imenso que de tão grande se faz perto e deito ao dormir, só nos braços teus Deus. Só você me para feliz e me move contente, para depois descrente eu volte a dormir em seu peito arfar.

Elias F Mourão
Enviado por Elias F Mourão em 30/08/2015
Reeditado em 20/09/2015
Código do texto: T5364490
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