Fio de vida
Insensata alma
às vezes presa por um fio
a conviver e interpretar
como bem quiser
a luta e o delírio
de morar num corpo
que mal respira
e não mais se inspira
e permanece assim, calado
aglutinando sonhos
exalando pecados
Como que a temer
seus escritos obscuros
como se aplacasse sua dor
construindo em sua alma muros
imensas paredes de concreta solidão
alucinados desejos que se perdem
nas fibras desgrenhadas de seu coração
Na senda desse medo que o aflige
escorrem os delírios absortos
seus sonhos estão agora quase mortos
e os segredos não são mais bem guardados
A vida se espraia em tolas gotas
de um secreto e dolorido mal de amor
que se expressa no vazio de um corpo aflito
que se expira em um agonizante grito...