Fio de vida

Insensata alma

às vezes presa por um fio

a conviver e interpretar

como bem quiser

a luta e o delírio

de morar num corpo

que mal respira

e não mais se inspira

e permanece assim, calado

aglutinando sonhos

exalando pecados

Como que a temer

seus escritos obscuros

como se aplacasse sua dor

construindo em sua alma muros

imensas paredes de concreta solidão

alucinados desejos que se perdem

nas fibras desgrenhadas de seu coração

Na senda desse medo que o aflige

escorrem os delírios absortos

seus sonhos estão agora quase mortos

e os segredos não são mais bem guardados

A vida se espraia em tolas gotas

de um secreto e dolorido mal de amor

que se expressa no vazio de um corpo aflito

que se expira em um agonizante grito...

Francis Faria
Enviado por Francis Faria em 14/06/2007
Reeditado em 14/06/2007
Código do texto: T526995