Deixe minhas palavras amassadas
em letras miúdas
nos bilhetes aleatórios
continuarem perdidas...
Elas conhecem o universo.
Elas conhecem as galáxias...
Voltarão um dia...
ao silêncio que romperam.
Deixe minhas palavras sozinhas
com sua semântica metafísica.
com sua lógica confusa e
com sua métrica claudicante.
Elas marcam o caminho como um cão
que mija nos cantos...
deixando seu cheiro... seu odor
e sua ureia
a infectar de lirismo incerto,
todos os momentos prováveis...
Deixe minhas palavras.
Deixe as frases soltas.
O epíteto
a denunciar a qualificação óbvia...
Palavras não são placas e nem avisos.
Frases não são obviedades...
Há muito mistério denso
na natureza humana...
E há muita clareza líquida
em nosso lado animal
E o planeta é praticamente todo líquido
É azul, azulado e cheio de palavras
sagradas e mundanas.
Deixe minhas palavras abandonadas
na desrazão
pois não posso decifrá-las,
não posso alumbrá-las
Posto que sejam inflamáveis...
explosivas...
contaminadas de mim
e de meu ego
como uma doença sem cura.
Sem quimioterapia.
Engasgada no nó genético.
Deixe minhas palavras
sem sentimentos
rebuscarem
a regência dos verbos...
e manter a elegante inércia.
Num silêncio absoluto.
E, dentro da catedral
no altar de todos os signos.
Ajoelharem-se diante da essência.
Para espalhar o gérmen da vida.
em letras miúdas
nos bilhetes aleatórios
continuarem perdidas...
Elas conhecem o universo.
Elas conhecem as galáxias...
Voltarão um dia...
ao silêncio que romperam.
Deixe minhas palavras sozinhas
com sua semântica metafísica.
com sua lógica confusa e
com sua métrica claudicante.
Elas marcam o caminho como um cão
que mija nos cantos...
deixando seu cheiro... seu odor
e sua ureia
a infectar de lirismo incerto,
todos os momentos prováveis...
Deixe minhas palavras.
Deixe as frases soltas.
O epíteto
a denunciar a qualificação óbvia...
Palavras não são placas e nem avisos.
Frases não são obviedades...
Há muito mistério denso
na natureza humana...
E há muita clareza líquida
em nosso lado animal
E o planeta é praticamente todo líquido
É azul, azulado e cheio de palavras
sagradas e mundanas.
Deixe minhas palavras abandonadas
na desrazão
pois não posso decifrá-las,
não posso alumbrá-las
Posto que sejam inflamáveis...
explosivas...
contaminadas de mim
e de meu ego
como uma doença sem cura.
Sem quimioterapia.
Engasgada no nó genético.
Deixe minhas palavras
sem sentimentos
rebuscarem
a regência dos verbos...
e manter a elegante inércia.
Num silêncio absoluto.
E, dentro da catedral
no altar de todos os signos.
Ajoelharem-se diante da essência.
Para espalhar o gérmen da vida.