O tempo teve tanta pressa...
Agora se estagnou
Bebeu todas as doses
Se embriagou
De artista fez pose
Foi humilde, sem posses
Foi forte, mas também chorou
Por esperar demais, desmaiou
Acordou desmemoriado
Rindo, tão insano, depois contrariado
Se aquietou
Olha, como quem nada vê
Folheia, finge que não lê
Escreve, para tentar esquecer
Vive, mas sabe que um dia vai morrer
É tão rico em sabedoria
Pobre se faz aos impacientes
Vira arte surreal em poesia
Vira verso, carregando toda dor da gente.