A DOR

Essa coisa de amar

é como segregar o fogo

assentando a lama

no vale da saudade

que morre na fúria

do sol que acorda

dentro do olhar

de um vulcão

Essa coisa de lama

apertando o andar

no fogo do sol

no calor dessa fúria

às vezes assusta

e atormenta

Essa coisa de andar

apertado entre o mar

e o fogo da lama

da fúria do sol

me atormenta

me assusta

Moro na parte frágil

do vale que cerca

o olhar de um vulcão

assentado na sombra

da nuvem que assusta

e que atormenta

Moro dentro da lama

que escorre das nuvens

amedrontando esse vale

assentado em volta

desse mesmo olhar

que constrói saudades

dentro das sombras

Às vezes é a lembrança

por outras, a saudade

que empurra o vento

e rumina o calor

dessa coisa de andar

apertando os olhos

desse vulcão