A MORTE DO RUMO

Veja,

há fumaça em tudo!

Até no risco da lembrança

A esperança, enlutada,

encobre o olhar de sono

E em tudo, tudo, tudo

surgem portas,

Quem se importa

com essa janela aflita

brecha que aporta

fresta maldita!

Veja,

o raio de luz

sobre a garganta morta

sem grito, em prantos

como a sujeira

sob a tampa do vaso

Em tudo, esta gota de fumaça

Em nada, a ponta do abismo

É um risco que se abre

fechando-se,

na palma da mão,

aberta,

nessa linha da vida,

riscada,

em finos trapos de fios,

esfumaçados