A FLOR DA MEIA NOITE
Destaco, aqui, a ponta da agulha
o beijo na lâmina
e a lembrança morta
A flor da meia noite
O cacto vivo do deserto
e a janela da loucura
O fundo do poço
o abismo que engole a luz
e o vento que vomita o perfume
Destaco as fases da face
a contraluz dos alucinados
e a silhueta da lágrima
A realidade insustentável
o vazio da subjetividade
e o ócio que alimenta a matéria
Aqui, eu destaco o buraco
que a lembrança louca planta
na realidade alucinada
do vazio insustentável
da miséria
Aqui, a miséria
o beijo na lâmina do ócio
e a morte da lembrança