Tenho amor platonicamente carnal.
Que cheira a carne,
a sangue, encharcado
de culpa, vergonha e
desejo.
Não é vermelho e
nem pálido.
Tenho amor platonicamente poético.
Mas sei que o ser amado não é
o idolatrado.
E nem minha imaginação infiel
se preocupa com isso.
Em minha mente
tenho misturado
características, nomes
e origens.
Pinço o que há de interessante,
o que há de sensual
e, é humano
demasiadamente humano.
Odeio os princípes.
E suas Astúrias.
A sua elegância vertical.
Em sua perfeição ignóbil.
Odeio os sapos.
Em sua asquerosidade
horizontal.
Em seus brejos
a coachar nomes
indígenas indizíveis....
Tenho amor platonicamente
palpável, concreto
e programado.
Aciono o vídeo sem áudio.
E vejo você em sua rotina.
Assim absolutamente clean.
Sem pretensões.
Sem ilusões.
Sem os adjetivos
corriqueiros e banais.
A trilha sonora passeia solta.
Ao fundo... em semitons.
Pulando sustenidos.
Solfejando aves-marias
num ritual de capela
e de mãos postas.
Minha mão não conhece a sua.
Meus olhos nunca conheceram
o fundo de seus olhos.
Esse mar sem cais.
Essas tristezas frias
riscando sua beleza
de semitons.
Retilíneos, contínuos e
misteriosamente harmônicos.
A tarde chega de mansinho
E sua voz na secretária eletrônica.
Parece um chamado do tempo.
Do último viajante
que não quer abrir as malas.
Há tanta coisa sobre você.
No fundo das roupas, na
fragância que usa,
e impressas nos sapatos
que pisaram o destino e
tropeçaram ao acaso.
Os tapetes de sua sala
são confidentes
de seus maus passos,
de erros grotescos
e, de blasfêmias ditas com
a naturalidade selvagem
dos indignados.
De toda sorte é racional
irracionalmente.
É lógico e dadaísta.
Sem sentido ainda é poético.
Abandonadamente lírico.
Que passeia a beira do abismo
Mas se apaixona mesmo
pela altura do salto ou
pelo desafio da aventura.
Nesse mergulho sem escafandro
em sua alma.
Falta-me a vontade de regressar.
A necessidade convexa de
conversar um pouco.
Conhecer.
Traduzir.
E decifrar.
Delinear com palavras
Sentimentos bezuntados
nas pontas dos dedos.
E ter o gozo pleno
de ser uma desconhecida.
Uma completa desconhecida.
Tão íntima e próxima
como a sua consciência.
Que cheira a carne,
a sangue, encharcado
de culpa, vergonha e
desejo.
Não é vermelho e
nem pálido.
Tenho amor platonicamente poético.
Mas sei que o ser amado não é
o idolatrado.
E nem minha imaginação infiel
se preocupa com isso.
Em minha mente
tenho misturado
características, nomes
e origens.
Pinço o que há de interessante,
o que há de sensual
e, é humano
demasiadamente humano.
Odeio os princípes.
E suas Astúrias.
A sua elegância vertical.
Em sua perfeição ignóbil.
Odeio os sapos.
Em sua asquerosidade
horizontal.
Em seus brejos
a coachar nomes
indígenas indizíveis....
Tenho amor platonicamente
palpável, concreto
e programado.
Aciono o vídeo sem áudio.
E vejo você em sua rotina.
Assim absolutamente clean.
Sem pretensões.
Sem ilusões.
Sem os adjetivos
corriqueiros e banais.
A trilha sonora passeia solta.
Ao fundo... em semitons.
Pulando sustenidos.
Solfejando aves-marias
num ritual de capela
e de mãos postas.
Minha mão não conhece a sua.
Meus olhos nunca conheceram
o fundo de seus olhos.
Esse mar sem cais.
Essas tristezas frias
riscando sua beleza
de semitons.
Retilíneos, contínuos e
misteriosamente harmônicos.
A tarde chega de mansinho
E sua voz na secretária eletrônica.
Parece um chamado do tempo.
Do último viajante
que não quer abrir as malas.
Há tanta coisa sobre você.
No fundo das roupas, na
fragância que usa,
e impressas nos sapatos
que pisaram o destino e
tropeçaram ao acaso.
Os tapetes de sua sala
são confidentes
de seus maus passos,
de erros grotescos
e, de blasfêmias ditas com
a naturalidade selvagem
dos indignados.
De toda sorte é racional
irracionalmente.
É lógico e dadaísta.
Sem sentido ainda é poético.
Abandonadamente lírico.
Que passeia a beira do abismo
Mas se apaixona mesmo
pela altura do salto ou
pelo desafio da aventura.
Nesse mergulho sem escafandro
em sua alma.
Falta-me a vontade de regressar.
A necessidade convexa de
conversar um pouco.
Conhecer.
Traduzir.
E decifrar.
Delinear com palavras
Sentimentos bezuntados
nas pontas dos dedos.
E ter o gozo pleno
de ser uma desconhecida.
Uma completa desconhecida.
Tão íntima e próxima
como a sua consciência.