Mundinho Concreto

Porque na sede

da minha alma,

Na sede profunda da minha alma,

Só vento por aí.

Sou agora o ruido da brisa

que arrasta avenidas e os dias

de ti,

Que voa as folhas caídas

e as que nem se lembram mais de cair.

Flutuo fantasmas em volta,

passados,

memórias,

lembranças em mim.

Dissipa, mundinho concreto

sou leve,

incompleto,

mas vento sem fim.

Eu quero dançar o vestido

que dança

escondido

no mesmo lugar.

Eu quero virar

tua balsa

onde vão suas tristezas fugindo

pra lá.

Eu quero te por

nessa valsa,

te encher da certeza

que brisa ao luar

ventoa pra longe o resto.

O resto em meu gesto se torna vulgar.