DIVANOITE

qual pescadora, ergue-se embarcada

na vacância do sol

lança rede de espaçoso e enegrecido aramado

d’onde luzes anãs transpassam

como peixes miúdos pra prenderem-se

em aquários olhares

sóbria e determinada

vai navegando sobre prados

arejando e calando em sonos

os desamparos do dia

mas, se da compota lunar

calda leitosa se derramar

perde a ufania

num arrebatamento langoroso

desfaz-se da negrura

largando se

esparramada e nua

*Mary*

MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 27/03/2014
Código do texto: T4746123
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