VIOLEIRO DAS ESTRELAS
Nos tempos de rapazola
Meu repicar de viola
Atraía muita gente
Janotas e Gabrielas
Pais de moças donzelas
E amantes do repente
Cantando para as estrelas
Sempre pronto a defendê-las
Da sanha dos insensíveis
Com trovas e poesias
Cantigas e fantasias
Longe dos incorrigíveis
Aprendi com Elomar
Nas cantigas de estradar
E céu de estrelas cadentes
Afinação Rio Acima
Da viola oitava rima
No diapasão das serpentes
Malungo e violeiro
Sacudido e ribadeiro
Laçador de lubião
Amansador de catravos
Com respeito e sem agravos
Me tornei mais um peão
Constelações guzerás
Estrelas de marruás
Nelores e curraleiros
Botas, chapéus, alaridos
Entre guampas e mugidos
Sou vaqueiro e violeiro
Ranca toco de ribada
Os pés no mar da estrada
No chapadão das gerais
A estrela que me alcança
Se acomoda na lembrança
Não sai de lá nunca mais.