A MALDIÇÃO DIVINA
Quando o mundo sorriu
Uma lágrima caiu
De seus olhos verdes e mortos
Lagrimando seus remorsos
Uma luz se apagou,
Cercando os sete mares da terra
Afogando todo o amor
Que com a escuridão navega
Nas trevas uma flor,
Brotou entre as chamas
Curando sua dor,
Que se acabou em lágrimas
O paraíso tremeu,
O inferno explodiu,
Muitos nem viram a Deus,
Mesmo assim ele sorriu
Esperaram tanto pela sua volta
E com tal lamento deram-lhe as costas!
Precisam de milagres,
Só assim irão acreditar,
Destroem todos os pilares
Que Jesus veio concertar
Extraterrestres vão embora
Já não querem nossa amizade,
Não desejam mais se misturar
Com uma porca humanidade
A lua escureceu e o sol não raiou,
O dia anoiteceu quando a manhã chegou!
Lindo contemplamento,
Num dia exuberante,
Enquanto o desesperado mata
Com ódio o seu semelhante
Nuvens carregadas de medo,
Trovões que não brilham,
Alegria pelos remorsos
Daqueles que já partiram
E a admiração continua,
O mundo está alegre,
Como sempre sonharam,
Ninguém mais é pobre!
Deus!
Estão lhe imitando,
Como sempre sonharam seus santos.
Meu apelo é o seu,
Alegria! Alegria!
Religião de ateu,
Aleluia! Aleluia!
Comunicação verbal,
Morte cerebral,
Atração fatal,
Guerra mundial!
A harmonia dessa sorte,
Contagia o prazer da morte,
Na despedida dos falecidos,
Somos túmulos perdidos!
Quanta contaminação,
Em tantas mentes primitivas,
Que vivem renegando a Deus,
Que vivem destruindo vidas
Dizimando as tribos,
Matando corações,
Gerando inimigos,
De nações para nações.
Contemplem o medo,
Aguardem a salvação,
Acreditem em seus apelos
E se abracem a maldição!
Quem virá certamente
Morrerá lentamente,
O sonho será tortura
Naquela triste ternura.
Digam o meu dia,
Dia-dia de uma vida,
Que vida maldita,
Dita como ira!
Ira Que então vira,
Total indisciplina.
Não há o que falar, não há o que dizer,
Só resta rastejar, se quiser sobreviver.
Lindo amor falido, amando sozinho,
Sem o seu abrigo, sinto-me perdido.